Phishing: Como reconhecer e evitar golpes online

Almeida Santos

08.06.2025

Quem nunca recebeu aquele e-mail estranho do seu banco solicitando para “atualizar seus dados urgentemente”? Ou uma mensagem no WhatsApp com uma “super promoção imperdível”? Na era digital em que vivemos, os golpistas são cada vez mais criativos, e o phishing se tornou uma das armadilhas mais comuns para roubar nossas informações pessoais.

Mas calma, não precisa desconectar todos os seus aparelhos! Vamos conversar sobre como você pode navegar na internet com mais segurança digital e evitar cair nessas ciladas.

O que é phishing e como funciona

Imagine que o phishing é como uma pescaria digital – só que você é o peixe, e o golpista é o pescador! O nome já diz tudo: vem de “fishing” (pescaria em inglês). O golpista lança uma isca atraente e espera que alguém morda.

Na prática, o phishing acontece quando alguém passa por uma empresa ou pessoa confiável para te enganar. Pode ser um e-mail “oficial” do seu banco, uma mensagem de texto da “Receita Federal“, ou até um “amigo” nas redes sociais pedindo sua ajuda. O objetivo? Fazer você clicar em links suspeitos, baixar arquivos infectados ou entregar seus dados pessoais de bandeja.

Os golpistas capricham nos detalhes para parecerem legítimos:

  • Copiam logotipos e núcleos de empresas reais
  • Criem histórias que pareçam urgentes (“Sua conta estará bloqueada!”)
  • Usamos endereços de sites semelhantes aos originais
  • Explore assuntos do momento, como promoções sazonais ou durante a pandemia

Os desastres do phishing

O phishing é como aquele camaleão que muda de cor conforme o ambiente. Conheça algumas de suas versões mais comuns:

Spear phishing: o golpe personalizado

Imagine receber um e-mail mencionando seu nome, seu local de trabalho e até um projeto em que você está envolvido. Assustador, não? No spear phishing, o golpista faz uma “pescaria com arpão” – em vez de lançar a rede para pegar qualquer peixe, ele mira especificamente em você. Ele pesquisou suas informações nas redes sociais e outros lugares da internet para criar uma mensagem super convincente.

Caça à baleia: a caça às baleias

Se o spear phishing visa pessoas comuns, o whaling (caça às baleias) mira nos peixes grandes: diretores, CEOs e outras pessoas em cargas importantes. Os golpistas sabem que essas “baleias” têm acesso a informações valiosas e sistemas críticos das empresas.

Smishing e Vishing: além do e-mail

O golpe também chegou ao seu celular! O smishing usa mensagens SMS, enquanto o vishing acontece por chamadas telefônicas. “Olá, aqui é do seu banco, notamos uma suspeita de suspeita…” – já recebeu algo assim? Pois é, provavelmente era um golpista tentando criar pânico para que você fornecesse seus dados bancários.

Clone phishing: o golpe do sósia

Nessa modalidade, os golpistas são como aquele amigo que copia sua roupa. Eles pegam um e-mail legítimo que você já recebeu (como uma fatura ou confirmação de compra), fazem uma cópia quase idêntica, mas substituem os links ou anexos por versões maliciosas. Como você já viu algo parecido antes, tende a confiar.

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Como identificar tentativas de phishing
Canva – Identificar tentativas de phishing

Como identificar tentativas de phishing

Agora que você já conhece o inimigo, precisa saber como identificá-lo. É como aprender a diferenciar um cogumelo comestível de um venenoso – pode salvar sua vida digital!

Aquela sensação de que algo está errado

Você sabe quando você lê um texto e parece que tem algo estranho? Muitas vezes o phishing contém erros de português, formatação estranha ou um português meio “robótico”. Grandes empresas geralmente revisam seus comunicados antes de enviá-los, então fique de olho nesses detalhes.

Pedidos de informações que não fazem sentido

Seu banco nunca vai te pedir senha completa por e-mail. A Apple não vai exigir seus dados de cartão de crédito por SMS. Nenhuma empresa solicita informações confidenciais por mensagens. Ponto final.

“Corra, é urgente!”

“Atenção: sua conta ficará bloqueada nas próximas horas se não atualizar seus dados!” Esse tipo de pressão é uma tática clássica. Golpistas de máquinas criam um senso de urgência para que você já sem pensar. Respire fundo e pergunte: por que tanta pressa?

De quem é esse e-mail mesmo?

Aquele e-mail do “Banco do Brasil” veio mesmo do Banco do Brasil. com ou de algo como banco-brasil.net? Verifique sempre o endereço completo do remetente, não apenas o nome que aparece. Os golpistas usam endereços que parecem oficiais, mas com pequenas alterações.

Links suspeitos

Antes de clicar em qualquer link, passe o mouse por cima dele (sem clicar!) para ver o endereço real para onde ele leva. No celular, pressione o link por alguns segundos para visualizar o endereço completo. Se o link parecer estranho ou diferente do site oficial, é melhor evitar.

Ferramentas gratuitas que são suas aliadas

Felizmente, você não está sozinho nessa batalha! Existem várias ferramentas gratuitas que podem te ajudar a se proteger:

FerramentaO que fazPor que vale a pena
Avast Free AntivírusProtege contra malware e sites maliciososDetecta e-mails de phishing e bloqueia sites falsos
Malwarebytes grátisRemover softwares maliciososExcelente para limpar seu dispositivo se você já clicou em algo suspeito
Gerenciador de senhas do GoogleGerencia suas senhasCrie senhas fortes e te avisa se suas senhas vazaram na internet
Proton VPN grátisCriptografe sua conexãoProteja seus dados quando você usa Wi-Fi público
Origem do uBlockBloqueia anúncios e sites perigososEvite que você seja redirecionado para páginas de phishing
Botão de alerta de phishingExtensão para denunciar e-mails suspeitosAjude você a reportar experimentos de golpe

Os deslizes que todos nós cometemos

Mesmo quem está ligado na segurança online pode escorregar de vez em quando. Confessa, você já fez alguma dessas coisas?

  • Usar a mesma senha para tudo (inclusive no e-mail e banco!)
  • Clique em “Aceito” sem ler os termos e condições
  • Fazer login bancário usando o Wi-Fi do shopping
  • Compartilhar dados demais nas redes sociais (“Fazendo 30 anos hoje!” + “Nascido em Recife” = informações valiosas para golpistas)
  • Baixar aquele aplicativo suspeito só porque prometia algo incrível
  • Não verifique a transmissão de mensagens urgentes (“Será que meu banco me mandaria um WhatsApp mesmo?”)

Plano de ação: 5 passos para cegar sua vida digital

Quer começar a se proteger agora mesmo? Aqui está um plano simples que você pode implementar em poucos:

  1. Ative a verificação em duas etapas em todos os serviços que o permitem. É aquela transmissão extra por SMS ou aplicativo que impede o acesso mesmo se sua senha vazar.
  2. Mantenha tudo atualizado – seu celular, computador, aplicativos e navegadores. As atualizações geralmente corrigem falhas de segurança que os golpistas exploram.
  3. Use um gerenciador de senhas para criar senhas fortes e diferentes para cada serviço. Assim, se uma senha vazar, as outras contas continuam protegidas.
  4. Revise suas configurações de privacidade nas redes sociais. Você realmente precisa mostrar seu aniversário, telefone e e-mail para todo o mundo?
  5. Faça backup de seus dados importantes em um HD externo ou serviço de nuvem confiável. Se algo der errado, pelo menos suas fotos, documentos e arquivos importantes estarão salvos.
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Socorro, acho que caiu num golpe! E agora?

Calma, respire fundo. Se você suspeita que mordeu a isca de um golpista, ainda dá tempo de minimizar os danos:

Troque suas senhas imediatamente

Comece pelas contas mais importantes (e-mail e banco) e siga para as demais. Utilize senhas completamente novas e diferentes das anteriores.

Ligue para o seu banco

Se você apresentou dados bancários ou de cartão de crédito, entre em contato com sua instituição financeira agora mesmo. Eles podem bloquear seu cartão, monitorar transações suspeitas ou até emitir um novo cartão para você.

Fique de olho nas suas contas

Nas próximas semanas, verifique regularmente suas contas bancárias e fatura do cartão. Se notar qualquer transação estranha, por menor que seja, reporte imediatamente.

Registrar um boletim de ocorrência

Isso pode parecer burocrático, mas é importante para documentar o golpe, especialmente se você teve prejuízo financeiro. Muitos estados já permitem fazer BO online.

Alerte a empresa que foi falsificada

Avise a empresa cujo nome foi usado no golpe. Eles têm interesse em saber quando estão sendo falsificados e podem ajudar outras pessoas a não caírem na mesma armadilha.

Protegendo-se em diferentes ambientes digitais

Cada canto da internet tem seus próprios riscos. Veja como se proteger em diferentes plataformas:

Nas redes sociais

  • Aquela pessoa que te mandou pedido de amizade é a mesma quem diz ser? Pense duas vezes antes de aceitar desconhecidos.
  • Desconfie de mensagens de amigos que pareçam estranhas, especialmente se pedem dinheiro ou contêm links.
  • Evite responder aqueles questionários virais do tipo “Monte seu nome de super-herói com o mês do seu nascimento + nome do seu primeiro animal de estimação”. Sabia que essas são perguntas comuns de segurança para recuperação de contas?

Sem e-mail

  • Use os filtros anti-spam do seu provedor de e-mail – eles são cada vez melhores!
  • Tenha um e-mail secundário para cadastros em sites e promoções, preservando seu e-mail principal para coisas importantes.
  • Ao receber um e-mail suspeito, não responda nem clique na opção “cancelar inscrição” – isso apenas confirma que seu e-mail é válido.

Sem celular

  • O Google Play e a App Store não são perfeitos, mas baixar aplicativos para eles é como brincar de roleta-russa com seus dados.
  • Quando um aplicativo pede permissão para acessar sua localização, contatos ou câmera, pergunte-se: “Esse aplicativo realmente precisa disso para funcionar?”
  • Ativo o bloqueio de tela com senha, padrão ou biometria. Parece óbvio, mas muita gente ainda deixa o celular “pelado”.

Nas compras online

  • Antes de comprar, pesquise o nome da loja + “reclamações” ou “é confiável”.
  • Verifique se o site tem o cadastro de segurança (HTTPS) na barra de endereços.
  • Se possível, use cartões virtuais temporários para compras online – muitos bancos já oferecem essa opção.
  • Se um preço é bom demais para ser verdade… geralmente não é verdade mesmo.

Por que caímos em golpes de phishing?

Entender como nossa mente funciona pode nos ajudar a resistir melhor aos golpes. Os criminosos são especialistas em exploração:

Nosso medo

“Sua conta foi invadida!” ou “Detectamos uma investigação suspeita!” – mensagens assim ativam nosso modo de sobrevivência e nos fazemos agir por impulso, sem pensar direito.

Nosso curioso

“Veja quem visitou seu perfil” ou “Descubra o que fulano falou sobre você” – somos naturalmente curiosos, e os golpistas sabem usar isso contra nós.

Nossa ganância

“Parabéns, você ganhou um iPhone!” – quem nunca sonhou em ganhar algo valioso de graça? A promessa de recompensas simples é um chamariz poderoso.

Nossa confiança nas marcas

Vemos o logotipo familiar do nosso banco ou e-commerce preferido e automaticamente baixamos a guarda. Os golpistas contam com essa confiança já estabelecida.

O que vem por aí no mundo do phishing

O jogo de gato e rato entre golpistas e segurança digital continua evoluindo. Algumas tendências preocupantes que já estão aparecendo:

  • Golpes usando inteligência artificial para criar e-mails mais convincentes e sem erros gramaticais
  • Deepfakes imitando a voz de pessoas conhecidas em ligações (imagine receber um áudio que parece ser do seu chefe solicitando uma transferência urgente)
  • Ataques que coletam informações vazadas de diferentes fontes para criar golpes super personalizados
  • Phishing em plataformas novas como aplicativos de mensagens, jogos online e até realidade virtual

Mas não é só o lado negro que evolui! As tecnologias de proteção também estão ficando mais inteligentes, com melhores filtros contra spam, sistemas que detectam comportamentos suspeitos e mais conscientização digital.

Para encerrar nossa conversa

Os golpes de phishing são como aquelas plantas venenosas em meio às comestíveis – para evitá-las, precisamos aprender a reconhecê-las. Com as dicas que conversamos aqui, você já está muito mais preparado para navegar com segurança digital e proteger seus dados pessoais.

Lembre-se: a melhor defesa é manter uma pitada saudável de desconfiança. Antes de clicar, fornecer dados ou baixar arquivos, pare e pergunte a si mesmo: “Isso faz sentido? É mesmo quem diz ser?” Uns segundos de reflexão podem economizar muita dor de cabeça depois.

E não guarde esse conhecimento só para você! Compartilhe essas dicas com seus pais, avós, tios e amigos que podem ser mais vulneráveis ​​a esses golpes. Afinal, quanto mais pessoas informadas, menos vítimas os golpistas conseguirão fazer.

A internet é um lugar incrível, cheio de oportunidades e conexões. Com os cuidados certos, podemos aproveitar tudo de bom que ela oferece, sem cair nas armadilhas que existem pelo caminho.

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